Ministério
Público Federal (MPF) informou nesta quinta-feira (1) que recebeu relatório da
Polícia Federal (PF) que aponta que houve vazamento das provas do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem 2016). Segundo o MPF, no relatório do inquérito,
a Polícia Federal afirma que as provas do primeiro e do segundo dia do exame,
além da redação, vazaram antes do início da aplicação para, pelo menos, dois
candidatos.
Segundo o
MPF, no texto a PF expressa sua convicção de que houve crime de estelionato
qualificado. No domingo 6 de novembro, segundo dia de provas do Enem,
candidatos foram presos no Ceará e no Amapá flagrados com o tema da redação.
Em Fortaleza, a polícia encontrou no bolso de
um homem de 34 anos o tema e um texto pronto para ser transcrito. Ele ainda
recebeu o gabarito pelo celular e usou também ponto eletrônico na sala do
exame.
Em Macapá,
um homem de 31 anos foi preso logo depois de deixar o local de prova. Ele
confessou que sabia previamente o tema da redação. Com ele, foi encontrado um
texto com o assunto "intolerância religiosa", aplicado no Enem a
quase 6 milhões de candidatos em todo o país.
O procurador
da República Oscar Costa Filho disse que a íntegra do relatório e peças do
inquérito serão anexadas ao recurso do MPF que já tramita no Tribunal Regional
Federal da 5ª Região, no Recife (PE).
“Uma
quadrilha organizada nacionalmente teve acesso antecipado às provas. Isso
compromete a lisura do exame e a própria credibilidade da logística de
segurança que vem sendo aplicada”, afirmou o procurador.
De acordo
com nota do MPF, em um trecho do relatório a PF destaca que, após a análise de
celulares apreendidos, "concluiu-se que os candidatos receberam
fotografias das provas e tiveram acesso aos gabaritos e ao tema da redação
antes do início do exame".
Ainda de
acordo com a nota do MPF, a polícia afirma que os candidatos tiveram acesso à
"frase-código" da prova rosa, o que permitia que candidatos que
deveriam fazer
provas
diferentes da rosa pudessem preencher o cartão de respostas de acordo com o
gabarito transmitido pela quadrilha, não importando a cor da prova que o
candidato tenha recebido no exame, já que a frase-código é o que legitima a
correção conforme a cor referente à frase.
"Tanto
o gabarito quanto a frase-código foram divulgados antes do exame, o que garante
a responsabilidade de afirmar que houve vazamento da prova", diz o
relatório.
A Polícia
Federal aponta, ainda, que apesar de dois candidatos terem sido presos em
operações policiais diferentes, ambos receberam exatamente as mesmas fotografias
com gabaritos das provas, porém de intermediários diferentes, o que indica que
a origem do vazamento é a mesma.
Quanto à
prova de redação, a perícia da PF identificou que os candidatos presos
iniciaram pesquisas no Google sobre o tema da redação a partir de 9h38 do dia 6
de novembro, indicando que tiveram acesso ao tema antes do início da aplicação
das provas.
Fonte: G1
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