Um homem acusado de assaltar dois carros-fortes recebeu
autorização da Justiça pra sair da prisão e fazer a prova de um concurso.
Concurso público.
Atrás das grades está um detento do sistema carcerário do
Piauí. Ele veio ao Maranhão para fazer um dos testes físicos para o concurso da
Polícia Militar do estado.
O candidato a PM Luís Carlos Rodrigues de Oliveira foi preso
em dezembro, em Teresina, suspeito de roubar R$ 1,5 bilhão em dois assaltos a
carros-fortes. De acordo com a acusação, houve troca de tiros na hora da
prisão. Luís Carlos e outro suspeito foram presos.
Com o grupo foi apreendido um arsenal, com armas de grosso
calibre e até dinamite.
Foi o juiz Lirton Nogueira Santos que autorizou a saída
temporária de Luís Carlos da prisão para fazer a segunda etapa do concurso para
a PM do Maranhão, que são os testes físicos.
Na decisão, ele justificou que o "denunciado tem um
filho de 11 anos e uma esposa acometida por uma grave enfermidade".
Luís Carlos chegou para os testes sem escolta e usou calça
porque estava usando uma tornozeleira eletrônica.
Luís Carlos Rodrigues de Oliveira foi reprovado, mas a
decisão judicial que autorizou que saísse da cadeia para participar do concurso
da PM surpreendeu até a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, que defende a
ressocialização de detentos, mas não dentro de uma instituição como a Polícia
Militar.
“É uma decisão também inusitada. Em segurança pública eu
acho que não é o espaço adequado para esse tipo de ressocialização. A
possibilidade de infiltração hoje no país é muito grande, inclusive pelas
organizações criminosas”, disse o presidente da sociedade, Luis Antonio
Pedrosa.
A Associação dos Policiais Militares de São Luís também se
manifestou contrária à participação de um detento no concurso.
“Para maior espanto nosso, ele não só trocou tiros com
policiais do Piauí. Ele trocou tiros com pessoas do próprio estado, da própria
polícia do estado que hoje ele quer engrossar nas fileiras,” Maílson Costa,
representante da Associação da PM de São Luís.
Luís Carlos disse que a falta de treino da cadeia atrapalhou
o desempenho dele nos testes.
“Faltou 200 metros pra eu terminar a prova. Vou tentar
novamente, entendeu? Até porque eu sou
um cidadão. Não sou bandido”, disse Luís Carlos.
A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão declarou que
respeita e cumpre decisões judiciais.
Fonte: G1
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